segunda-feira, 24 de março de 2014

A arte enquanto instrumento de reflexão sociológica

A arte sempre foi utilizada como forma de expressão é o modo que utilizamos para demonstrar nossos sentimentos e opiniões . Geralmente retrata momentos históricos em que vivemos .
A arte demonstrada através de canções, poemas, romances, esculturas, pinturas , arquiteturas e em qualquer outra forma de manifestação de nossos sentimentos.
A arte pode ser usada como  forma de conscientização social . Na época da ditadura militar, muitos artistas usaram-na como forma de protesto à situação de opressão imposta pelo regime político vigente. Na atualidade podemos retratar a mesma situação através de grafites que denotam  a reflexão da sociedade em que vivemos .
Trazemos através delas uma forma em que podemos sensibilizar mais a respeito das causas sociais. A Indústria da Cultura infelizmente, as vezes é utilizada pela classe alta , os dominadores do poder para maquiar a realidade tentando nos enganar que todos tem oportunidades, que somos iguais .
Deve ser usada não apenas para ser observada e admirada, mas para promover a conscientização e reação da sociedade.






Miséria e Capitalismo

A miséria é o principal produto do capitalismo.

O capitalismo tem legiões de defensores. Muitos o fazem de boa vontade, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente ante os olhos de homens e mulheres. Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amassam enormes fortunas, graças às suas injustiças e iniquidades.
O capitalismo gera a miséria de muitos e a riqueza de poucos, uma vez que a riqueza fica acumulada na mão desses poucos.

Apresento dados os quais mostram a realidade do capitalismo na população mundial.

População mundial: 6,8 bilhões, dos quais:

1,02 bilhão têm desnutrição crônica
2 bilhões não têm acesso a medicamentos (www.fic.nih.gov)
884 milhões não têm acesso a água potável (OMS/UNICEF 2008)
924 milhões de "sem teto" ou que vivem em moradias precárias (UN Habitat 2003)
1, 6 bilhão não tem eletricidade (UN Habitat, “Urban Energy”)
2,5 bilhões não tem acesso a saneamento básico e esgotos (OMS/UNICEF 2008)
774 milhões de adultos são analfabetos (www.uis.unesco.org)
18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria delas de crianças com menos de 5 anos (OMS)
218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham em condições de escravidão ou em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes na agricultura, na construção civil ou na indústria têxtil (OIT: A Eliminação do Trabalho Infantil: Um Objetivo a Nosso Alcance, 2006)

Sabemos desde Marx que a miséria é o produto mais genuíno do capitalismo. Marx diz que a lei geral da acumulação capitalista implica necessariamente, ao lado da acumulação da riqueza nas mãos de cada vez menos ricos, a generalização da miséria entre os povos do mundo todo. Característica intrínseca ao modo de produção capitalista que vemos hoje se materializar diante de nossos olhos.
Diz Marx que a lei geral da acumulação capitalista “(...) ocasiona uma acumulação de miséria correspondente à acumulação de capital. A acumulação da riqueza num pólo é, portanto, ao mesmo tempo, a acumulação de miséria, tormento de trabalho, escravidão, ignorância, brutalização e degradação moral no pólo oposto.” (K. Marx, O Capital, Livro II, Capítulo XXIII, Abril Cultural, 1984, p. 210).

A música Xibom Bombom faz uma critica ao capitalismo.


"Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom



Analisando essa cadeia hereditária

Quero me livrar dessa situação precária 


Onde o rico cada vez fica mais rico
 e o pobre cada vez fica mais pobre



E o motivo todo mundo já conhece,

E que o de cima sobe e o de baixo desce





Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom


Bom xibom, xibom, bombom



Mas eu só quero


Educar meus filhos
Tornar um cidadão


Com muita dignidade


Eu quero viver bem


Quero me alimentar


Com a grana que eu ganho


Não dá nem pra melar



E o motivo todo mundo já conhece

É que o de cima sobe e o de baixo desce."




Imagens: CAPB – Centro Acadêmico Pereira Barretto, http://capbunifesp.wordpress.com/charges-e-tirinhas/ Acesso em: 21/03/2014 às 16h 32 min.

 



sexta-feira, 7 de março de 2014

O Papel Político do Estudante de Direito na Universidade.

O direito e a política são responsáveis, cada um da sua maneira pela estruturação da vida em comunidade. O estudante de direito possui um papel político na Universidade.  Este papel político está relacionado com a capacidade que o estudante possui dentro da universidade de se organizar e promover mudanças dentro da própria estrutura universitária.
Possuímos um grande defeito: a comodidade em aceitar tudo que é imposto a nós, sem ao menos questionar o porque. E temos o poder de organizarmos e produzir modificações tornando assim o ambiente universitário mais a nossa cara. Apontar grupos de estudos, outras atividades, temas que os alunos gostariam de ver sendo abordados dentro da faculdade, uma organização entre os alunos para ter autonomia de expor suas opiniões e argumentar sobre o que consideram como importante e também o que é desnecessário, criando um espaço próprio dos estudantes para promover transformação.
 Na maioria das vezes reclamamos que somos submetidos a regras, mas nos conformamos e ninguém se organiza ou tem coragem de se posicionar na frente para tentar uma mudança, somos acomodados com a realidade. Em um curso de direito os alunos deveriam ser incentivados a aprender a questionar e querer transformar a realidade, mas a maioria alunos acabam não manifestando sua opinião se subordinando ao que lhe foi estipulado. A liberdade numa universidade seria além do direito de acesso daquilo que já existe, é o direito de mudar a universidade de acordo com os nossos desejos.

Este é o papel político do estudante na universidade, buscar pela mudança, pela transformação e pelo questionamento das estruturas que somos obrigados a seguir.  E tal atitude é como um ponto de partida para que seja estendida a sociedade na qual vivemos. 

Harvey destaca no livro Cidades Rebeldes:

 O direito à cidade não pode ser concebido simplesmente como um direito individual. Ele demanda um esforço coletivo e a formação de direitos políticos coletivos ao redor de solidariedades sociais. (HARVEY, 2013 p.32).


A sociedade funciona dentro de uma ordem social, ou seja, dentro de uma organização e cada indivíduo exerce um papel perante esta sociedade. De tal forma que nós devemos se organizar buscando provocar mudanças baseadas em nossos interesses para alcançar melhorias no âmbito social. É por meio da intervenção do indivíduo que haverá transformações, nas quais serão baseadas nas nossas perspectivas.






O Estado Democrático de Direito: Entre o Discurso oficial e a Realidade fática


Vivemos em um Estado Democrático de Direito, que consiste em um Estado em que o exercício do poder somente pode ser exercido na forma do Direito, e esse direito tem que ser produzido democraticamente e que as pessoas tenham condições de participar em igualdade. O poder segundo a constituição deve emanar do povo, sendo estes os que serão afetados pelas leis, por isso devem participar da elaboração das normas e consentir para que haja a legitimação da norma, isso se baseia a soberania popular e um estado Democrático de direito em que todos devem ser tratados com igualdade, até em suas desigualdades.
Em nossa sociedade vemos todos os dias discursos que visam mostrar que somos realmente iguais. Ouvimos todos os dias sobre nossos direitos que devem ser respeitados, vemos propagandas mostrando que nosso país é um lugar melhor para se viver, vemos os índices de desemprego, analfabetismo, natalidade despencarem cada vez mais. Vemos um país em que ninguém passa fome, que todos têm direito de ver seus direitos garantidos e que aqueles que não cumprem com as normas impostas serão punidos! Sim! É esse nosso Brasil, Pais de todos! Será ?
Mas a realidade, é que o discurso oficial que ouvimos todos os dias não corresponde ao que realmente acontece na prática! Somos influenciados a acreditar em tudo que ouvimos e vemos na mídia, somos influenciados a pagar mais por produtos que a mídia afirma ser de melhor qualidade porque o melhor é o que é mais caro, isso é que ouvimos todos os dias! O incentivo o homo Economicus consumir, consumir!  O que não sabemos, ou melhor, sabemos, mas não damos importância é que certos produtos não valem o preço que pagamos, porque existem impostos por trás de tudo, o que não percebemos é a verdadeira intenção por trás da diminuição da taxa de empregos, o que não damos valor é que diminui a taxa de analfabetismo, mas na verdade ficamos analfabetos para outras coisas, analfabetos políticos, por exemplo!
 No Livro A microfísica do Poder Foucault abre uma discussão sobre a Verdade." A verdade não existe longe ou fora do poder, ou mesmo sem ele. Ela é deste mundo e está indissoluvelmente ligada a ele, sendo que cada sociedade cria o seu “regime de verdade”, tipos de discurso acolhido e tidos como verdadeiros enunciados, técnicas e procedimentos valorados para se chegar à verdade; o estatuto daqueles que definem a verdade.Ela está inserida no processo social, entrelaçada com o poder econômico e politico, com o consumo e difusão, submetida ao controle de grandes aparelhos políticos e econômicos, sendo objeto de debate e luta.” 

Vamos mostrar aqui algumas imagens para desconstruir tudo que vocês acreditavam até então! Começamos a abrir os olhos quando aprendemos a criticar, a discutir a ‘verdade’, quando passamos a no aceitar o que é imposto a nós!


AVANÇO       X       RETROCESSO

As 10 ilusões brasileiras . Revista VEJA Ed. 2360 12/02/2014

Esse é o país justo em que vivemos. Onde os verdadeiros criminosos não são punidos. Revista VEJA, ed. 2363, 05/03/14

"Em duas Semanas, o Brasil assiste a dois justiçamentos. A onda de barbárie mostra que a população está a beira da saturação: na segurança, na economia, nos transportes, o país dá um passo à frente e dois para trás. "  Revista VEJA Ed. 2360 12/02/2014.

Frase dita pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo em entrevista a revista VEJA. Ed. 2360 12/02/2014

Folha Politica acesso em: 06/03/2014



Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade.

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã.