terça-feira, 8 de abril de 2014

Copa do Mundo: Reflexões Sociolológicas



A copa do mundo seria sim um evento grandioso no Brasil se o país não tivesse outras prioridades. Quem acompanha de perto a realidade das cidades brasileiras sabe que  as críticas e revoltas de grande parte da população tem sim um motivo, já que estão sendo investidos milhões de reais em construções de estádios que sediarão os jogos,  e demais investimentos em prol da realização da Copa no Brasil, enquanto isso o desemprego e a fome crescem, a violência aumenta gradativamente e mais pessoas morrem. Há um descaso por parte dos governantes, já que as condições no país como sabemos são precárias, uma saúde de má qualidade é oferecida a população, uma educação pública que apenas preocupa com estatísticas e não com um ensino eficaz.
 Ate quando vamos vendar os olhos, deixar de enxergar a realidade que esta ao nosso redor?

Êxito e fracasso dos indivíduos na sociedade ocidental contemporânea


Vivemos em uma sociedade excludente, isso não parece ser novidade para muitos de nós. Sabemos a realidade que rodeia a sociedade, sabemos que alguns parecem nascer com “sorte”, outros parecem vim ao mundo para passar dificuldades, porque nada que façam  parece ser suficiente para alcançar o mínimo de condições dignas de sobrevivência.
Parece injusto, na verdade é injusto. Paramos para pensar, o que justifica a sorte que alguns têm de conquistar o mundo, viver e ter do bom e do melhor enquanto outros se quer tem um teto para morar?
Ao nosso redor vemos a mídia afirmar, o êxito que alguns alcançam por seu esforço, vemos exemplos de pessoas que superaram as necessidades e alcançaram o sucesso profissional e assim a realização pessoal, já que no estágio da sociedade em que vivemos realização pessoal é praticamente sinônimo de ter dinheiro e poder consumir. Mas o que explica o fracasso de alguns? Se parece ser tão fácil alcançar o auge da carreira financeira, ou pelo menos uma instabilidade, por que muitos preferem passar necessidades e não se esforçam mais?
Para a manutenção do capitalismo se faz necessário manter as desigualdades sociais, para sustentabilidade do ciclo de dominados e dominantes.  O sucesso e o fracasso de um indivíduo  não ocorre simplesmente por sua vontade,  seu próprio mérito ou por seu esforço para conquistar seus objetivos. Existem vários fatores que influenciam diretamente na repercussão da vida de um individuo. Esses fatores baseados na teoria escrita por  Pierre Bourdieu  poderíamos denominar de capitais.  A ausência de poder aquisitivo, o chamado capital econômico,  a falta de um capital social, que seria as influências que o indivíduo ou a família possuem no meio,  capital cultural que nada mais é do que atributos que o individuo possui que a sociedade ver como diferencias necessários e o capital simbólico, que seria soma destes citados,  faltando pelo menos um desses atributos, dificilmente um individuo alcançara o êxito.  Bourdieu  critica o discurso da meritocracia desenvolvendo a teoria do capital humano. Ele acredita que o discurso da meritocracia é uma falácia, por esconder a realidade fática da sociedade contemporânea afirmando que o individuo é responsável por si mesmo, por sua carreira e seu sucesso.
Quanto mais o indivíduo possuir poder econômico, influência social, bons hábitos e atributos valorados pela sociedade, maior será a possibilidade para o alcance de seu sucesso.  É claro que existem exceções, mas o sistema pretende que cada vez mais essas exceções desapareçam. A mídia, o direito e a ciência são instrumentos de manutenção desse sistema opressor.
Nós,indivíduos também somos responsáveis pela manutenção dessa estrutura, pois reproduzimos o discurso e aceitamos a realidade imposta a nós. Vemos grandes riquezas nas mãos de poucos, enquanto a maioria pouco possui. O individuo é visto como uma força produtiva, um ser que serve apenas para gerar riquezas, o grande problema é que essa riqueza não é bem distribuída, até porque não é interessante para aqueles que possuem o controle da manutenção desse sistema que haja igualdade entre todos. A grande intenção é que eles sejam apenas um instrumento de manutenção da ordem e que continuem a gerar riquezas das quais dificilmente irão usufruir se não dispuserem de atributos descritos na teoria dos capitais.